O presidente municipal do PSDB de São Paulo, José Henrique Reis Lobo, justificou nesta quarta-feira a saída de Lucas Pacheco da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) pela "falta de sintonia" com o marqueteiro. Para Lobo, que participava do jantar em comemoração dos 20 anos do partido, a saída de Pacheco não deverá interferir na estratégia de campanha e o candidato Gilberto Kassab (DEM), atual prefeito, deverá ser poupado das críticas.

"Talvez houvesse uma desintonia entre o que a campanha preconizava, do ponto de vista da estratégia política, e a maneira como isso era passado para o vídeo", afirmou Lobo. "Esperamos que o marqueteiro possa fazer o que ele deve fazer em uma campanha eleitoral. Que ele possa traduzir a estratégia política da campanha", disse.

De acordo com reportagem publicada hoje pela Folha, Pacheco deixou a campanha de Alckmin culpando tucanos ligados ao governador por problemas no programa. Ele fez críticas aos "lobos em pele de cordeiro" --referência velada ao presidente municipal da legenda e secretário estadual de GEstão.

Segundo Lobo, a idéia inicial era apenas reforçar a equipe de marqueteiros, com a inclusão de mais uma pessoa na equipe mas, provavelmente por decisão pessoal, Pacheco resolveu sair da campanha.

Hoje, o coordenador de campanha de Alckmin, Edson Aparecido, confirmou que o publicitário Raul Cruz Lima assumirá o posto de Pacheco.

De acordo com o presidente municipal da legenda, a estratégia da campanha continuará a mesma, e não haverá críticas à gestão de Kassab. "Não podemos dizer que há diferenças insuperáveis entre nós [entre a campanha de Kassab e a de Alckmin], porque na verdade elas não existem", afirmou, ao ser questionado sobre uma possível aliança no segundo turno.

Além de Lobo, ainda são esperados para o evento o candidato tucano e o governador José Serra (PSDB), entre outros caciques do partido. Esta será a primeira aparição pública de Serra ao lado de Alckmin desde o início das eleições. Ontem, Serra e o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), participaram de um jantar de arrecadação do candidato tucano em Curitiba, Beto Richa.

Lila Covas

Enquanto os tucanos disputam com kassabistas o apoio do governador à candidatura de Alckmin, a viúva do governador Mário Covas (PSDB) --morto em 2001--, Lila Covas, declarou hoje publicamente sua preferência pelo candidato tucano.

"A única coisa que eu posso falar é que estou apoiando o Geraldo. Estou com o partido e não abro", afirmou Lila. Ao ser questionada sobre a divisão do PSDB, a viúva admitiu ser avessa a falar sobre política. Alckmin foi o sucessor de Covas no Palácio dos Bandeirantes, depois da morte do então governador, em 2001.

Lila chegou ao jantar do PSDB acompanhada por seu filho Bruno Covas, deputado estadual pelo PSDB. Além da ex-primeira-dama, são esperados no evento o presidente estadual da legenda, Mendes Thame; o senador Romeu Tuma (PTB-SP); empresário João Dória Júnior, entre outros.