A candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine e a vereadora Claudete Alves (PT) envolveram-se em uma áspera discussão dentro do banheiro da Câmara dos Vereadores nesta terça-feira (9).

O bate-boca só terminou depois que o presidente da Câmara, Antônio Carlos Rodrigues (PR) entrou no banheiro acompanhado de uma policial militar e pediu moderação às duas. Policiais militares acompanharam a movimentação de perto. De acordo com Soninha e Claudete não houve agressão física.

O motivo da discussão foi uma declaração que Soninha deu na sexta-feira (5) durante sabatina promovida pelo jornal O Estado de São Paulo.

Segundo o jornal, Soninha afirmou que "no mundo real, parlamentares da Câmara Municipal de São Paulo, na Assembléia Legislativa, no Congresso votam a favor de um projeto em função do que ficar combinado que eles receberão em troca."

Ainda de acordo com o jornal, Soninha disse que "na pior das hipóteses, no pior dos mundos, recebe-se dinheiro para votar a favor ou contra determinado projeto."

Claudete fez um discurso na tribuna da Câmara durante o qual anunciou que cobraria Soninha pelas declarações. De acordo com Claudete, ela estava deixando o plenário e se dirigia ao banheiro quando encontrou Soninha.

"Calhou de estar indo para o banheiro e encontrar ela na porta", afirmou. Claudete disse que dirigiu-se a Soninha e questionou: "Eu sempre te respeitei como mulher. Quero saber quando você me viu recebendo dinheiro ou trocando favores na Câmara?".

Ainda de acordo com Claudete, as duas entraram no banheiro. "Lá dentro, ela (Soninha) foi grosseira e me perguntou se eu sabia ler. Disse a ela que não só sei ler como sou professora. Os ânimos se alteraram. Disse para ela que se quer aumentar seu Ibope, tem de fazê-lo com propriedade. Se tem denúncias desse tipo, deve ir à tribuna e comprovar. Ela disse que não tinha falado de mim. E repetiu a frase que todo vereador sabe o que acontece ali dentro, a não ser que esteja dopado. Disse a ela que não sou adepta da maconha e que os dependentes químicos precisam ser tratados. Ela gritou comigo e eu gritei com ela, mas não teve agressão", afirmou.

Soninha descreveu o episódio apenas como uma "altercação" no plenário. "Eu disse para ela que só com dinheiro se aprova projeto. Ela se sentiu acusada. Eu falei que não, não, não. O presidente da Casa (Antônio Carlos Rodrigues) veio super numa boa e falou: 'o que é isso, o que está acontecendo?'

De acordo com Soninha, não houve agressão. "Foi na chegada ao plenário. Ela avisou que viria para cima de mim. Ela veio assim, super-agressivamente. As pessoas viram que foi uma discussão exaltada e interviram", afirmou. Claudete negou que tenha havido necessidade de intervenção. De acordo com ela, as policias sempre ficam no local onde estavam no momento da discussão.

Nenhuma das duas vereadoras registrou Boletim de Ocorrência. Claudete disse que estuda entrar na Justiça para interpelar Soninha sobre a declaração.

O presidente da Câmara, Antônio Carlos Rodrigues (PR) confirmou que a discussão ocorreu dentro do banheiro. "Entrei no banheiro com uma policial porque ouvi uma gritaria. Tentei acalmar os ânimos entre elas. Coloquei a Soninha de um lado e a Claudete de outro. Não houve nenhuma agressão durante os três minutos que eu fiquei lá", afirmou.

De acordo com ele, as vereadoras não incorreram em infração disciplinar. "Bate-boca acontece todo dia. "